29 August, 2011

Projecto 4 - Hugo Gonçalves

A coisa gira de ter um blog é poder (também) dar espaço a pessoas que admiro. Assim, todas as segundas-feiras o Menina Rapaz abre a porta e desafia alguém a escolher 4 coisas que o inspiram.

Esta semana o convidado é Hugo Gonçalves. É escritor e publicou três livros até à data, o primeiro dos quais no mesmo ano e na mesma editora em que eu também me estreei. O mais recente chama-se Fado, Samba e Beijos com Língua e podem ficar a conhecê-lo melhor aqui. Colaborou com o Diário de Notícias, com o i e outros tantos jornais e revistas nacionais. Também apresentou programas de televisão. Viveu em Nova Iorque e em Madrid e agora está de partida para o Rio de Janeiro. E escreveu um poema, do qual gosto muito (podem lê-lo aqui). Se quiserem acompanhar o que anda a fazer, aqui fica o link do seu blog. E, se querem saber o que o inspira, é só ler aí em baixo.
























1. Louis C.K.
Julgo ter aprendido mais sobre escrita, cadência, tempo (e até a pensar melhor) com certos stand up comediants do que com a maioria dos meus professores universitários. Louis C.K. é um deles - mas não me posso esquecer de George Carling, Jerry Seinfeld ou Chris Rock. Louis C.K. é um sucesso tardio segundo os padrões actuais - só aos 40 anos, ao contrário de Justin Bieber, conseguiu triunfar nas grandes televisões e começou a encher grandes salas de espectáculo. É duro, verdadeiro, mas também hilariante e generoso. É sábio e talentoso - realiza, produz e edita a série Louie, que vai na segunda temporada e é do melhor que anda por aí.



2. O prazer de deslizar pelas ruas de Lisboa
Descer a Calçada de Santana, passar pelo barbeiro do indiano que diz sempre "Bom dia, senhor", escolher a Calçada do Garcia e espreitar as mercearias africanas que podiam estar no Senegal ou no Quénia, entrar na Praça do Rossio, olhar para o sítio onde queimaram Judeus, subir a Rua do Carmo ao som do pequeno camião que toca Fado, passar por turistas, erasmus, emos e betos, continuar a subir, olhar para o rio no elevador da Bica, entrar na nuvem de cannabis do Adamastor, continuar por aí.
É a andar nesta cidade que tenho as melhores ideias. As ruas de Lisboa têm a melhor ficção.

3. Junot Diaz
Só tem um livro de contos, "Drown" e um romance, "The brief and wonderous life of Oscar Wao" - este último um dos melhores livros que li em toda a vida. Ganhou um Pulitzer. Basta voltar a reler qualquer coisa que ele tenha escrito para querer sentar-me a escrever.

Alma - conto publicado na The New Yorker

Boyfriend - short story

4. Howlyn' for you
Passo grande parte do dia a ouvir música - enquanto escrevo, enquanto lavo loiça, enquanto procrastino no Facebook. Esta música dos Black Keys anima um ressacado com o coração partido. Rock and roll faz bem à saúde.

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