Com certeza, com certeza, não se sabe exactamente quem era o casal deste retrato. Supõe-se que seria o mercador italiano Giovanni Arnolfini e uma das suas mulheres. Também não se sabe se, na altura em que foi pintado, ela estaria viva ou morta. Ou mesmo se estaria realmente grávida como parece aos nossos olhos contemporâneos: poderia ser uma questão de moda, de ostentação ou até o expressar de um desejo de fertilidade futura. Há quem defenda que o quadro é uma homenagem póstuma à esposa, outros acreditam ser a celebração de um contrato de casamento. Eu como me inclino para a tragédia, defendo a primeira. Foi pintado em Bruges, no quarto do casal e o pintor Jan van Eyck assinou-o visivelmente (entre o espelho e o candeeiro) com um expressivo: Johannes de eyck fuit hic 1434 (Johannes de eyck esteve aqui 1434). No mesmo espelho, vê-se reflectido o próprio pintor numa antevisão do que seria (tcha-nan!) o famoso quadro de Velázquez, As Meninas.
(Suspiro). Que bonito.
(Suspiro). Que bonito.