30 July, 2012

Poster


Leitura de praia

Emma Bovary c'est moi, disse Gustave Flaubert em 1857 para defender a sua obra contra as acusações de imoralidade nos tribunais franceses. Nem todos seremos Madame Bovary, mas há muito de actual na mulher entediada, sonhadora e ambiciosa que Flaubert imaginou. Os mais afortunados de entre nós vão saber reconhecer a teia de mentiras que Emma tece e a forma leviana com que ela administra a sua vida financeira. Podíamos ser nós e, às vezes, somos mesmo nós.
Encontrado na biblioteca da minha avó que simplesmente não consigo imaginar a ler este livro -  ou então a fazê-lo meio distraída, mas abanando constantemente a cabeça em sinal de negação. Excelente para ler entre dois mergulhos e uma bola de Berlim.
(Em baixo, a edição original de Madame Bovary, 1857)

24 July, 2012

Praias portuguesas

Gray Malin fotografou praias de todo o mundo vistas de cima. Duas destas fotos são de praias portuguesas. Saibam quais aqui.








Summertime Sadness

Primeira parte: O Verão é cruel, porque todos os verões são iguais. Em todos os verões sou outra vez adolescente, todos os verões tenho outra vez vinte anos, em todos os verões há a mesma espera, as mesmas tardes de calor, as mesmas cigarras, os mesmos óculos de sol, as mesmas noites abafadas, o mesmo silêncio na cidade, a fuga e o regresso. No Verão a vida repete-se. Todos os verões são como o primeiro. Summertime Sadness
Segunda parte: Eu espero não me arrepender disto, mas vou deixar aqui um vídeo da Lana del Rey. A Lana apareceu no Verão passado. Achei piada. Pelo Outono tinha-se tornado vulgar, a artista da moda. Não voltei a pensar nela. Até ver isto, mas sobretudo agora com Summertime Sadness. Não espero nada dela agora, mas valeu de novo por este bocadinho. A Lana também sabe o que é a nostalgia do Verão, como se algum dia tivesse sido adolescente e morado em Lisboa.



21 July, 2012

A Família Veio Visitar

Eu acho que nunca aqui falei da Cynthia Rylant e a verdade é que eu gosto muito dos livros da Cynthia Rylant. Como este, que fala de uma família que vem muito longe passar o Verão com o resto da família (ui, tanta repetição). Os desenhos são parte do encanto do livro e foram feitos pelo Stephen Gammell.
(Para fotos não desfocadas, vejam aqui)





20 July, 2012

Limonada de melancia

Planos para o fim de semana. (receita aqui)

As mentes nobres

É só um parágrafo dos sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido, mas fala da bondade estéril e cruel das pessoas que nunca erraram. Diz assim:
I know that there are young people, the sons and grandsons of distinguished men, whose masters have instilled into them nobility of mind and moral refinement from their schooldays. They may perhaps have nothing to retract from their past lives; they could publish a signd account of everything they have ever said or done; but they are poor creatures, feeble descendants of doctrinaires, and their wisdom is negative and sterile. We do not receive wisdom, we must discover it for ourselves, after a journey through the wilderness which no one else can make for us, which no one can spare us, for our wisdom is the point of view from which we come at last to regard the world. 
(Em baixo: retrato do artista enquanto jovem, Marcel Proust em 1887)

17 July, 2012

16 July, 2012

A Infância dos Rapazes

A canção mais duvidosa dos The Shins tem direito a um vídeo novo que faz lembrar este livro e que por sua vez remete para a infância dos rapazes, que são tão puros e tão transgressores. No coração de um rapaz encontram-se as ideias nobres, a sensibilidade limpa, a verdadeira liberdade e a vontade de conhecer todos os limites. É o masculino ainda no estado dionisíaco, momentos antes de se tornar apolíneo (citando este senhor). E eu, que tenho um rapaz, não fico indiferente.


13 July, 2012

Praia, 1927

Nas praias da Costa do Sol em 1927. (Se ainda não foram aqui, não sabem o que estão a perder.)







Emancipada

As adolescentes tornaram-se mimadas e as mulheres começaram a sua emancipação no dia em que esta rapariga desconhecida pôs o seu pesado hennin (ou chapéu-campânula) e compareceu no estúdio de Petrus Christus, pintor flamengo. Talvez estivesse em Bruges para assistir ao casamento do século. Talvez não. Não se sabe. Petrus esperava-a para um retrato contido e ela prendeu o cabelo, amordaçou o queixo, deixou os braços amorfos. E, embora se fale muito da petulância do olhar, para mim é mesmo o beicinho nos lábios que faz a diferença. 

12 July, 2012

O meu emprego

01. Tenho uma cadeira fabulosa, que o target dos 15/20 descreveria como like a boss. E eu respondo: like a boss, indeed.

















02. Os meus colegas usam ténis, temos os headphones mais fixes daquela rua, os teclados são coloridos e fazem coisas espectaculares.
03. Alguém se esqueceu de uns lindos óculos numa mesa há alguns meses. Sempre que olho para eles suspiro, mas são demasiado graduados para mim.
04. A minha secretária é uma confusão de papéis e post-it que me tranquiliza.






05. Um dos tapetes combina com os meus calções havaianos.

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