88% dos americanos acreditam que têm uma relação pessoal com Jesus, que ele os ama individualmente. “Tratam-no como se ele vivesse com eles agora e como se falasse com eles sobre os seus problemas actuais”, diz Harold Bloom em entrevista à revista Harper’s (2011). É, portanto, um personal Jesus, alguém para “ouvir as nossas preces, alguém que se importa, alguém que está lá”. Que se encarrega dos pormenores quotidianos, da nossa vida afectiva, das nossas gripes, dos nossos exames de condução. E Bloom fala também da forma como esta personificação de Jesus serve interesses políticos e económicos, citando exemplos concretos em que os Presidentes americanos que se aconselham com Jesus, recebendo essa “validação divina” para as suas acções. Para Bloom, este Jesus é radicalmente diferente de Yahweh, o Deus hebreu do Antigo Testamento, que faz o que lhe convém, que é difícil e temperamental e, por isso, não se adequa à sociedade contemporânea ocidental.
Em baixo: Depeche Mode e Johnny Cash interpretam Personal Jesus. Escolham a versão que preferem. É pessoal.