31 August, 2011
Have a nice day
Hmmm... será que resultava em Lisboa?
Maria Tudor
Maria Tudor (n. 1516) foi a única filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão. Quando a sua mãe foi repudiada, consideraram-na ilegítima e expulsaram-na da corte. Em 1553, depois da morte do seu meio-irmão Eduardo VI, subiu a trono de Inglaterra e restaurou o culto católico, que tinha sido abolido pelo seu pai. Por interesses políticos casou em 1554 com Filipe II de Espanha e morreu sem descendência em 1558. Antonio Moro representa-a ricamente vestida, como compete à sua categoria elevada, segurando na mão a rosa vermelha, símbolo dos Tudor. Dá para ver na cara, o desconforto que deve ter sido a sua vida.
(No Museu do Prado)
30 August, 2011
Laços de Família
Andava eu cheia de boas intenções a ler The Bible As It Was do James L. Kugel, quando a Clarice Lispector me distraíu de novo. Laços de Família é um maravilhoso livro de contos (e está em saldo na FNAC). Os meus preferidos foram A Imitação da Rosa e Feliz Aniversário.
(capa de uma edição brasileira)
29 August, 2011
É impressão minha ou foi muito divertido gravar isto?
E, finalmente, deixo aqui a promo do festival Summadayze 2012 na Australia. O line-up não é grande coisa, mas o spot é extraordinário.
O Coelho e o Espaço Público
Florentijn Hofman criou este coelho amarelo gigante que ficou exposto em Örebro, na Suécia durante uma bienal de arte. Encontrado aqui.
Projecto 4 - Hugo Gonçalves
A coisa gira de ter um blog é poder (também) dar espaço a pessoas que admiro. Assim, todas as segundas-feiras o Menina Rapaz abre a porta e desafia alguém a escolher 4 coisas que o inspiram.
Esta semana o convidado é Hugo Gonçalves. É escritor e publicou três livros até à data, o primeiro dos quais no mesmo ano e na mesma editora em que eu também me estreei. O mais recente chama-se Fado, Samba e Beijos com Língua e podem ficar a conhecê-lo melhor aqui. Colaborou com o Diário de Notícias, com o i e outros tantos jornais e revistas nacionais. Também apresentou programas de televisão. Viveu em Nova Iorque e em Madrid e agora está de partida para o Rio de Janeiro. E escreveu um poema, do qual gosto muito (podem lê-lo aqui). Se quiserem acompanhar o que anda a fazer, aqui fica o link do seu blog. E, se querem saber o que o inspira, é só ler aí em baixo.
1. Louis C.K.
Julgo ter aprendido mais sobre escrita, cadência, tempo (e até a pensar melhor) com certos stand up comediants do que com a maioria dos meus professores universitários. Louis C.K. é um deles - mas não me posso esquecer de George Carling, Jerry Seinfeld ou Chris Rock. Louis C.K. é um sucesso tardio segundo os padrões actuais - só aos 40 anos, ao contrário de Justin Bieber, conseguiu triunfar nas grandes televisões e começou a encher grandes salas de espectáculo. É duro, verdadeiro, mas também hilariante e generoso. É sábio e talentoso - realiza, produz e edita a série Louie, que vai na segunda temporada e é do melhor que anda por aí.
2. O prazer de deslizar pelas ruas de Lisboa
Descer a Calçada de Santana, passar pelo barbeiro do indiano que diz sempre "Bom dia, senhor", escolher a Calçada do Garcia e espreitar as mercearias africanas que podiam estar no Senegal ou no Quénia, entrar na Praça do Rossio, olhar para o sítio onde queimaram Judeus, subir a Rua do Carmo ao som do pequeno camião que toca Fado, passar por turistas, erasmus, emos e betos, continuar a subir, olhar para o rio no elevador da Bica, entrar na nuvem de cannabis do Adamastor, continuar por aí.
É a andar nesta cidade que tenho as melhores ideias. As ruas de Lisboa têm a melhor ficção.
3. Junot Diaz
Só tem um livro de contos, "Drown" e um romance, "The brief and wonderous life of Oscar Wao" - este último um dos melhores livros que li em toda a vida. Ganhou um Pulitzer. Basta voltar a reler qualquer coisa que ele tenha escrito para querer sentar-me a escrever.
Alma - conto publicado na The New Yorker
Boyfriend - short story
4. Howlyn' for you
Passo grande parte do dia a ouvir música - enquanto escrevo, enquanto lavo loiça, enquanto procrastino no Facebook. Esta música dos Black Keys anima um ressacado com o coração partido. Rock and roll faz bem à saúde.
28 August, 2011
A Sereiazinha #2
"Yes, you are dear to me," the prince told the little mermaid one day. "You have the best heart, and you are the most devoted to me out of anyone I know. You remind me of a young maiden I once saw, but I will never meet again. I was in a ship that was wrecked, and the waves cast me ashore near a holy temple. A young maiden there found me on the shore, and saved my life. I saw her but twice, and she is the only one in the world I could love. You are like her, and you have almost made me forget about her."
The princess wanted to cry and tell the prince that she was that maiden, but alas, she could not. And so soon it was announced that the prince must marry, and that the beautiful daughter of a neighboring king would be his wife."
The princess wanted to cry and tell the prince that she was that maiden, but alas, she could not. And so soon it was announced that the prince must marry, and that the beautiful daughter of a neighboring king would be his wife."
The Little Mermaid de Hans Christian Andersen (1837). Ilustração de Edmund Dulac
Pensamentos de Domingo de manhã #5
Já aqui tinha falado da Fábrica de Chocolate dos irmãos Mast, em Brooklyn. Que fixe deve ser trabalhar aqui. Encontrei-os de novo no The Makers Project.
27 August, 2011
26 August, 2011
Não Ortodoxo
John M. Allegro fez parte do grupo de cientistas que teve o privilégio de analisar os Manuscritos do Mar Morto, nos anos que se seguiram a esta fabulosa descoberta.
Foi também o primeiro académico a publicar integralmente o resultado das suas investigações, ainda nos anos 50. A sua abordagem pouco ortodoxa e sem preconceitos levou-o a propor novas teorias para a origem das ideias que formaram o canone das três religiões monoteístas. O arrojo valeu-lhe o descrédito académico e acusações de se ter aproveitado destas investigações para fins pessoais.
Este Verão descobri uma edição dos anos 80 de O Mito Cristão e os Manuscritos do Mar Morto (1979) e andei a lê-la.
Foi também o primeiro académico a publicar integralmente o resultado das suas investigações, ainda nos anos 50. A sua abordagem pouco ortodoxa e sem preconceitos levou-o a propor novas teorias para a origem das ideias que formaram o canone das três religiões monoteístas. O arrojo valeu-lhe o descrédito académico e acusações de se ter aproveitado destas investigações para fins pessoais.
Este Verão descobri uma edição dos anos 80 de O Mito Cristão e os Manuscritos do Mar Morto (1979) e andei a lê-la.
25 August, 2011
Outra casa de sonho
O post mais lido neste blog chama-se "casas de sonho" e atrai visitantes dos mais longínquos destinos.
A verdade é que gosto muito de casas. Esta fica na Suécia (mais aqui)
A verdade é que gosto muito de casas. Esta fica na Suécia (mais aqui)
Cheia de estilo #2
Vende-se na Asos. Óculos não incluídos.
Julgar um livro pela capa
Oliver Sacks é médico e autor de bestsellers. Nunca li nenhum dos seus livros, mas encontrei as capas que Cardon Webb desenhou para alguns dos seus títulos. E não vale a pena menosprezar o poder da estética quando se fala em capas de livros.
24 August, 2011
Hortus Conclusus
Para verem como sou "nerd": ando desde ontem a tentar descobrir coisas sobre esta imagem. Até agora sei que foi pintada em 1409 em madeira e é aparentemente uma representação do Jardim do Éden.
É mais ou menos isto
Charles Darwin parece ter sido um homem verdadeiramente extraordinário e cheio de virtudes. Até bom pai se diz que foi. E teve dez filhos.
(foto tirada cerca de 1874 por Leonard Darwin, seu filho)
(foto tirada cerca de 1874 por Leonard Darwin, seu filho)
23 August, 2011
22 August, 2011
Projecto 4 - Maria João Lourenço
A coisa gira de ter um blog é poder (também) dar espaço a pessoas que admiro. Assim, todas as segundas-feiras o Menina Rapaz abre a porta e desafia alguém a escolher 4 coisas que o inspiram.
A convidada de hoje é a Maria João Lourenço. Quando vou sair tenho duas opções: ou faço pesquisa nas agendas de eventos ou falo com a Maria João para saber o que vale a pena ir ver. É que ela é a pessoa que conheço que mais concertos frequenta e (quase) todos a que vai são bons. "Quando as luzes se acendem e quando o palco se enche de vida, há um momento que é só meu e em que normalmente tudo o resto se esquece, nem que seja durante aquelas breves horas". Trabalha como gestora de conteúdos numa empresa em Lisboa, mas deveria mesmo era ter um emprego no mundo da música. E, porque a Maria João é a primeira convidada a escrever e a explicar as suas escolhas, não me alongo mais. (Só tenho mesmo que acrescentar que ela é muito simpática).
1. Mafalda
Estava indecisa entre falar na Mafalda ou no Calvin & Hobbes, mas ganha a Mafalda, porque me acompanha há mais anos. Não há nada mais inspirador do que esta miúda e o seu sentido de humor, para nos fazer pôr tudo em perspectiva e dar umas boas e saudáveis gargalhadas.
2. A música
Quem me conhece sabe que são poucos os concertos que me escapam, porque é nesse contexto que mais aprecio música, ao vivo, na apresentação, na comunicação e na partilha do que se apresenta em cd ou vinil. Podia escrever páginas e páginas sobre os espectáculos a que já assisti (algumas centenas), emoções, curiosidades, pormenores engraçados, aspectos positivos e negativos, mas o mais importante é (lá vou eu cair em clichés) quando as luzes se acendem e quando o palco se enche de vida, há um momento que é só meu e em que normalmente tudo o resto se esquece, nem que seja durante aquelas breves horas.
3. Ouvir
O espaço para a conversa, num tempo sem tempo. Tenho saudades das histórias da minha avó (muitas saudades) que me ensinou a ouvir. Quando todos gostam de intervir, de se atropelar, de interromper, eu gosto de ouvir e de respeitar os tempos de uma conversa. E o que me irrita alguém que está constantemente a interromper...
4. A cultura portuguesa
Adoro a gastronomia, os vinhos, os azulejos, os xailes, o fado, os galos de barcelos, os bairros populares, as aldeias históricas, os aventais e os tamancos, as rugas e os carrapitos das velhinhas (e é tão enternecedor quando nos tratam por menina), os rios, a calçada portuguesa, a arte sacra, o mar, as casas e a louça alentejana, o sol, o Santo António (e podia continuar até vos aborrecer), o ser português, sem nacionalismos, com tudo o que tem de bom e com muito carinho e apreço...
A convidada de hoje é a Maria João Lourenço. Quando vou sair tenho duas opções: ou faço pesquisa nas agendas de eventos ou falo com a Maria João para saber o que vale a pena ir ver. É que ela é a pessoa que conheço que mais concertos frequenta e (quase) todos a que vai são bons. "Quando as luzes se acendem e quando o palco se enche de vida, há um momento que é só meu e em que normalmente tudo o resto se esquece, nem que seja durante aquelas breves horas". Trabalha como gestora de conteúdos numa empresa em Lisboa, mas deveria mesmo era ter um emprego no mundo da música. E, porque a Maria João é a primeira convidada a escrever e a explicar as suas escolhas, não me alongo mais. (Só tenho mesmo que acrescentar que ela é muito simpática).
1. Mafalda
Estava indecisa entre falar na Mafalda ou no Calvin & Hobbes, mas ganha a Mafalda, porque me acompanha há mais anos. Não há nada mais inspirador do que esta miúda e o seu sentido de humor, para nos fazer pôr tudo em perspectiva e dar umas boas e saudáveis gargalhadas.
2. A música
Quem me conhece sabe que são poucos os concertos que me escapam, porque é nesse contexto que mais aprecio música, ao vivo, na apresentação, na comunicação e na partilha do que se apresenta em cd ou vinil. Podia escrever páginas e páginas sobre os espectáculos a que já assisti (algumas centenas), emoções, curiosidades, pormenores engraçados, aspectos positivos e negativos, mas o mais importante é (lá vou eu cair em clichés) quando as luzes se acendem e quando o palco se enche de vida, há um momento que é só meu e em que normalmente tudo o resto se esquece, nem que seja durante aquelas breves horas.
3. Ouvir
O espaço para a conversa, num tempo sem tempo. Tenho saudades das histórias da minha avó (muitas saudades) que me ensinou a ouvir. Quando todos gostam de intervir, de se atropelar, de interromper, eu gosto de ouvir e de respeitar os tempos de uma conversa. E o que me irrita alguém que está constantemente a interromper...
4. A cultura portuguesa
Adoro a gastronomia, os vinhos, os azulejos, os xailes, o fado, os galos de barcelos, os bairros populares, as aldeias históricas, os aventais e os tamancos, as rugas e os carrapitos das velhinhas (e é tão enternecedor quando nos tratam por menina), os rios, a calçada portuguesa, a arte sacra, o mar, as casas e a louça alentejana, o sol, o Santo António (e podia continuar até vos aborrecer), o ser português, sem nacionalismos, com tudo o que tem de bom e com muito carinho e apreço...
21 August, 2011
Meninas "horrivelmente" boas
Uma das coisas que me desagrada na literatura infantil publicada no nosso país é a tendência para a repetição de histórias moralistas sobre "ursinhos fofinhos que se portam mal" ou "meninas e meninos que fazem travessuras e depois aprendem uma lição".
Saki, escritor inglês nascido em Myanmar no século XIX, percebeu que não são esse tipo de histórias bem-comportadas que apelam ao espírito livre das crianças. Escreveu de forma magistral o brilhante "The Storyteller" (texto integral aqui) que recebi em versão espanhola este Verão. Tem lobos, meninas "horrivelmente" boas e um final que não é politicamente correcto. Uma delícia.
Saki, escritor inglês nascido em Myanmar no século XIX, percebeu que não são esse tipo de histórias bem-comportadas que apelam ao espírito livre das crianças. Escreveu de forma magistral o brilhante "The Storyteller" (texto integral aqui) que recebi em versão espanhola este Verão. Tem lobos, meninas "horrivelmente" boas e um final que não é politicamente correcto. Uma delícia.
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