Alain de Botton escreveu Religion for Atheists, a non-believer's guide to the uses of religion, livro que eu não li. Nele defende que, apesar da falta de crença, os ateus devem incorporar na sua vida alguns dos preceitos e regras defendidos pela religião. Assim, mesmo para não-crentes, a religião pode ser "sporadically useful, interesting and consoling". Mais uma vez, eu não li o livro, mas esta coisa da religião ser esporadicamente útil, é interessante. Por exemplo, um estrangeiro que olhe para os quase 90% de católicos declarados no nosso país é capaz de nos achar um povo muito religioso. Mas, quem vá a uma igreja católica ao domingo percebe que não é bem assim (excepção feita às missas festivas, mas isso são festas no fim de contas). Afinal, apenas 22% da população vai à missa (os tais católicos praticantes), os restantes frequentam a igreja apenas durante casamentos, baptizados e funerais. Somos então, se calhar, já esses ateus para quem a religião é esporadicamente útil.